O cenário financeiro global está em transformação, impulsionado pela necessidade urgente de combater as mudanças climáticas. No Brasil, os fundos verdes ganham força e atraem investidores que buscam crescimento sustentável com propósito.
Este artigo explora dados recentes, iniciativas regulatórias, projetos inovadores e oferece orientações práticas para quem deseja participar dessa revolução verde.
Os fundos de investimento sustentável (IS) alcançaram crescimento de 48,4% em 2025, atingindo um patrimônio líquido de R$ 36,8 bilhões em julho de 2025. Entre janeiro e setembro do mesmo ano, antes da COP30, esses fundos receberam aportes de R$ 10,6 bilhões, em contraste com o mercado geral, que captou R$ 110,9 bilhões nos nove primeiros meses.
Dentro desse segmento, a renda fixa sustentável surpreendeu, com alta de 170,7% em relação a julho de 2024. Os Fundos de Investimento em Participações (FIPs) dedicados a ESG cresceram 246%, saindo de R$ 666,5 milhões para R$ 2,3 bilhões em um ano. Esses números demonstram que o investidor valoriza cada vez mais estratégias que aliam retorno financeiro e impacto ambiental concreto.
O Brasil é hoje o maior emissor de títulos verdes na América Latina e Caribe, com USD 30 bilhões, representando 61% do total VSS+ (verdes, sociais, sustentabilidade e vinculados à sustentabilidade), que atingiu USD 67,8 bilhões até junho de 2025.
Além disso, 73% desse volume está alinhado à metodologia da Climate Bonds Initiative. No primeiro semestre de 2025, o alinhamento das novas emissões VSS+ atingiu 93%, sinalizando maturidade do mercado e compromisso com padrões internacionais.
As duas emissões soberanas de US$ 2 bilhões cada, lançadas em novembro de 2023 e junho de 2025, consolidam a posição do Tesouro Nacional como pioneiro e referência global em finanças climáticas.
O Conselho do Fundo Verde do Clima (GCF) aprovou três grandes projetos para o Brasil em sua 43ª reunião, totalizando mais de US$ 170 milhões em recursos do GCF e quase US$ 600 milhões em cofinanciamentos. Juntos, os projetos estimam reduzir 30 milhões de toneladas de CO₂.
Confira os principais programas:
Desde 2022, a autorregulação da Anbima permite que fundos brasileiros obtenham o selo IS (Investimento Sustentável), garantia de transparência e qualidade. Embora menos de 1% do patrimônio líquido da indústria esteja em fundos IS, a consolidação de um arcabouço regulatório robusto acelera essa evolução.
O Programa País 2025, alinhado ao Plano Clima, à nova NDC, ao PTE e à Plataforma BIP, estabelece critérios técnicos claros, integrando setores público e privado e promovendo eficiência no acesso a recursos internacionais.
Para ampliar a oferta de ativos elegíveis, é fundamental consolidar a taxonomia brasileira e estimular a emissão de títulos verdes, criando um ambiente seguro e reconhecido por investidores globais.
Investir em fundos verdes vai além do ganho financeiro: é um voto de confiança no futuro do planeta. Veja como dar os primeiros passos:
Essas ações ajudam a construir uma carteira robusta, que une benefícios de longo prazo e impacto positivo.
O potencial dos fundos verdes no Brasil é imenso. Com perspectivas de R$ 73,7 bilhões em investimentos sustentáveis via BNDES e novas chamadas públicas, o horizonte é promissor.
Cada real aplicado em projetos climáticos, cada título verde adquirido e cada decisão de investir em ativos sustentáveis faz parte de um movimento maior: o compromisso com a transição energética e descarbonização.
Agora é a sua vez de agir. Respire fundo, analise as oportunidades e junte-se a investidores que já estão colhendo não apenas lucros, mas também um legado duradouro para as próximas gerações.
Referências