Em um momento em que mudanças climáticas se intensificam, alinhar rentabilidade e sustentabilidade tornou-se imprescindível. O Brasil avança em políticas e projetos que visam economia industrial de baixo carbono e apresentam oportunidades reais para investidores conscientes.
A estratégia de descarbonização industrial lançada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) durante a COP 30 abre caminho para modernizar processos e substituir insumos intensivos. Conhecida como ENDI, a iniciativa busca impulsionar uma transição que gere competitividade e inovação no setor produtivo, com a meta de alcançar neutralidade climática do Brasil até 2050.
Quatro pilares orientam essa estratégia, oferecendo aos investidores clareza sobre áreas prioritárias de financiamento e fomento:
O engajamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra compromisso efetivo com desenvolvimento sustentável. Grandes players do setor intensivo em energia, como vidro, cimento, aço e papel, já se mobilizam para captar recursos e modernizar suas operações.
O Rio Grande do Sul lançou, em junho de 2025, sua própria estratégia de descarbonização, com foco especial em hidrogênio verde. O edital de R$ 102,4 milhões, com contrapartida mínima de 30%, busca incentivar projetos de produção, transmissão e armazenamento do H2V.
Além disso, o estado investe em iniciativas complementares que fortalecem toda a cadeia:
Esse movimento atrai o interesse de parceiros internacionais, como o Japão, que mapeia oportunidades para seu mercado interno em torno do hidrogênio verde.
Grandes empresas brasileiras já definiram metas ousadas. A Vale, por exemplo, consome 100% de energia elétrica renovável no Brasil desde 2023 e almeja repetir esse feito globalmente até 2030. Em 2024, chegou a 84% de eletricidade renovável em suas operações internacionais.
Seu Projeto Sol do Cerrado, com investimento de USD 590 milhões, ilustr a redução significativa das emissões de carbono ao gerar energia para 16% do consumo estimado em 2025 e cortar 134 mil tCO2/ano.
Confira abaixo o potencial de redução de emissões por tipo de iniciativa da Vale:
Em contrapartida, a Petrobras anunciou corte de 45,6% em investimentos em energias de baixo carbono, com redução de 58% em eólicas onshore e solar fotovoltaica. Esse movimento ressalta a importância de escolher investimentos mais resilientes e alinhados à transição ecológica.
Para as empresas e investidores, três prioridades devem orientar decisões nos próximos 12 meses:
Investidores podem aproveitar linhas de crédito verdes, debêntures sustentáveis e fundos de infraestrutura que apoiam projetos de hidrogênio verde, biomassa e reciclagem industrial.
Uma estratégia prática envolve diversificar a carteira com fundos de infraestrutura de baixo carbono, empresas de energia renovável e iniciativas de captura de carbono, mitigando riscos regulatórios e de mercado.
Cada real aplicado em projetos de descarbonização é um passo rumo a um futuro mais seguro e lucrativo. Com metas claras e políticas robustas, o Brasil se posiciona como protagonista na economia de baixo carbono.
Ao unir forças entre governo, setor produtivo e mercado financeiro, criamos condições para transformar recursos em energia limpa e gerar retornos consistentes. Aproveite as oportunidades de investimento verde hoje e seja parte ativa na construção de um legado sustentável para as próximas gerações.
Referências