No cenário atual, investir vai muito além de buscar retornos. Cada vez mais, o mercado valoriza práticas que unem prosperidade financeira e responsabilidade socioambiental. O ESG (Environmental, Social and Governance) ganhou força expressiva, mostrando que é possível crescer de forma sustentável e, ao mesmo tempo, gerar impacto positivo.
O mercado de investimentos ESG apresenta crescimento exponencial e consolidação robusta. Globalmente, esses ativos já representam mais de um terço do total de ativos sob gestão e podem alcançar US$ 50 trilhões até 2025, contra US$ 35 trilhões em 2020. No Brasil, o patrimônio sob gestão dos fundos ESG atingiu R$ 36,8 bilhões em julho de 2025, uma alta de 48,4% ante dezembro de 2024 e de 89% em relação ao ano anterior.
Esse avanço ocorre mesmo diante de retrocessos políticos em alguns países, provando que o compromisso com sustentabilidade é cada vez mais inabalável e motivado por fatos concretos.
O Brasil conta hoje com 193 fundos ativos divididos em duas categorias principais:
Essa diversidade oferece opções para diferentes perfis de investidores, desde os que buscam uma aderência total aos objetivos de sustentabilidade até aqueles que começam a incorporar critérios ESG de forma gradual.
No Brasil, a classe de renda fixa lidera o ESG, representando a maior fatia dos recursos:
O destaque da renda fixa reflete o ambiente de juros elevados e a busca por segurança sem renunciar ao impacto positivo. Já os fundos de ações, apesar de terem apresentado resgates líquidos em 2025, continuam atraindo investidores sensíveis a temas como energia limpa e boas práticas corporativas.
Os fundos ESG não apenas impactam positivamente a sociedade e o meio ambiente, mas também apresentam desempenho superior ao mercado tradicional no longo prazo. Desde abril de 2022, observa-se:
Em 2025, o setor captou líquido R$ 6,2 bilhões, com os fundos IS respondendo por R$ 6,6 bilhões e os ESG-related registrando saída de R$ 400 milhões. Esses fluxos financeiros sólidos demonstram a confiança dos investidores em estratégias que alinham lucro e propósito.
Os gestores utilizam diferentes métodos para avaliar e selecionar ativos ESG. Os principais são:
Além desses, há práticas como positive screening e valuation ajustado via ESG, que garantem uma análise ainda mais refinada. Esses critérios excluem setores controversos e promovem empresas com alto padrão socioambiental.
Para quem deseja adotar essa abordagem, algumas dicas práticas podem auxiliar:
Adotar o ESG não significa abrir mão de rentabilidade. Muito pelo contrário: é possível unir retornos financeiros consistentes com práticas que beneficiam a sociedade e o planeta.
Ao escolher fundos com critérios bem definidos, você fortalece empresas comprometidas com a ética, preservação ambiental e justiça social, contribuindo para um futuro mais equilibrado.
O ESG transformou-se em uma força motriz dos mercados de investimento. Ao ultrapassar a simples busca pelo lucro, essas estratégias promovem uma visão de longo prazo, baseada em governança transparente e respeito ao meio ambiente e às comunidades.
Investir com responsabilidade é olhar para além dos números. Significa apoiar inovações, fomentar a sustentabilidade e garantir que os lucros de hoje não comprometam o bem-estar das próximas gerações.
Abraçar o ESG é, portanto, um compromisso com resultados e propósito, consolidando-se como uma das tendências mais poderosas e duradouras do mercado financeiro.
Referências